sexta-feira, 18 de junho de 2010

Teatro

Posted by Departamento de Cultura de Piraju. On 12:27 No comments

Trecho do discurso de Marcio Aurélio – Diretor Teatral – agraciado com o Título de Cidadão Pirajuense – publicado na Folha de Piraju

Agradeço a Deus pelo fato de poder contar nesta cerimônia com a presença de minha mãe, irmãos e familiares, especialmente a minha irmã Hercilia pela dedicação e

presença carinhosa de sempre.

Conversando com um amigo que conheci aqui em Piraju em1967, na época do famoso FESTIVAL DE TEATRO AMADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, o dramaturgo botucatuense, Alcides Nogueira que, ao receber o convite para esta cerimônia disse-me: “Receber homenagem em nossa terra, ter o reconhecimento público de nossa gente é a maior prova, vencer, pois ela é o filtro mais refinado, o olhar mais agudo sobre as nossas ações”.

Voltar, como volto hoje, é a prova do reconhecimento da ação heróica. É mítico o tema, daí, a importância do ritual. Na história ocidental os gregos são nosso ponto de referência.Tomemos a volta de ULISSES na ODISSEIA como paradigma. O conhecimento acumulado, a maturidade alcançada o reconhecimento das perdas e transformações o reconhecimento da vitória e das peripécias vencidas. O tempo, inexorável, não concede a todos a mesma oportunidade.

O épico de HOMERO serve como exemplo da transformação o mito do herói. É quando, passando pelo estreito Caribide e Cila, nascemos e começamos a existir como cidadãos, deixamos de ser ninguém e conquistamos o reconhecimento, atingimos a maturidade nas provas e batalhas...e nas ações que decorrem dos segredos íntimos.

É onde aparece o ser humano em todas as contradições, matéria de reconhecimento que o qualifica como sendo o ser que outrora viveu junto de seu povo e teve que partir para a guerra, em terras distantes e, vencida a batalha, como que acordando de um sonho, toma consciência dos seus feitos. Neste instante, a dimensão temporal fala mais alto.

Apercebemo-nos senhores de nossas ações, e os que ficaram, servem como prova de uma história que o poeta espalhou e disseminou em terras distantes. É lá que ficaram partículas de todos de sua terra. Distribuiu pedaços de emoções, afetos tantos e lutou

bravamente com suas armas e munições contra questões morais que abomina nas relações humanas, reconhecendo que só da adversidade brota o novo. Este foi o aprendizado!

Volto feliz pela oportunidade de aprender a espalhar pelo mundo, o nosso mundo. Volto feliz ao ser reconhecido por meus pares, como cumpridor moral da responsabilidade de se saber ser e estar cumprindo com o juramento feito a si mesmo. A responsabilidade, como mestre, como artista, cuja pedagogia é estudada para servir como um elo da corrente que forma esta unidade social e histórica dos meus conterrâneos. Muito obrigado a todos!

Confira as fotos:

Fotos: wmf produções




















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